AVENIDA FARRAPOS, 2453, B. SÃO GERALDO, PORTO ALEGRE, RS
TELEFONE: (51) 3013-6440 ou 9544-6585

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Amizades Espirituais


Ed René Kivitz

Earl C. Willer conta a história de Jim e Phillip, dois meninos que cresceram juntos e se tornaram melhores amigos. Atravessaram a adolescência e a juventude juntos, e depois de formados na universidade decidiram ser tornar marines, os fuzileiros navais norte-americanos. Por uma casualidade rara, foram enviados para a Alemanha e lutaram lado a lado em uma das mais cruéis batalhas da Segunda Guerra Mundial. No meio da batalha, sob fogo cruzado, explosões e muitas perdas, receberam ordem do comandante para que recuassem. Enquanto corriam em fuga, Jim percebeu que Phillip não estavam com os que voltavam. Entrou em pânico, pois sabia que se Phillip não retornasse em uns dois minutos, provavelmente nunca mais o faria. Pediu ao comandante para que o deixasse voltar para buscar o amigo, mas não obteve permissão, sob a justificativa de que seria suicídio.

Arriscando a própria vida, Jim desobedeceu à ordem e voltou ao encontro de Phillip. Com o coração quase explodindo e sem fôlego, sumiu entre a fumaça, gritando pelo nome do amigo. Poucos instantes depois, tinha o amigo ferido nos braços, e tudo quanto conseguiu foi presenciar o último suspiro de vida de Phillip.

Ao regressar para juntar-se aos outros soldados, o comandante estava aos berros. Dizia que aquele fora um ato impensado, tolo, inconseqüente e inútil. “Seu amigo estava morto, e não havia nada que você pudesse fazer.” ”O Senhor está errado”, replicou Jim. “Cheguei a tempo. Antes de morrer, suas ultimas palavras foram: ‘Eu sabia que você viria’”.

Esta história pequena e verídica, registrada por John Maxwell em seu livro “The theasure of a friend”, conduziu-me a muitas reflexões a respeito da amizade genuína e despertou em mim alguns sentimentos extraordinários. Vivemos a era da tecnologia, em que o valor de todas as coisas deriva de sua funcionalidade e eficiência. Tudo ao nosso redor vai aos poucos se tornando maquina de manipulação a serviço de nosso conforto e conveniência. Experimentamos um tipo de tecnostress, tentando equilibrar uma parafernália eletrônica que nos oprime com sues botões e suas falsas promessas de facilitação e simplificação da vida.

A maneira que nos relacionamos com os objetos é transferida para as pessoas. [...]

Talvez de tão acostumados a interagir com secretárias eletrônicas já não saibamos o que fazer, com que tom falar, com que dosagem de afetividade temperar a fala quando alguém de carne que osso nos atende. E assim vamos tocando os dias: maridos usando esposas, filhos usando pais, patrões usando funcionários, pastores usando seus rebanhos, empreendedores usando seus clientes, numa fila interminável de relacionamentos utilitaristas, que acontecem dinâmica de um vice-versa sem fim.

Com isso, perdemos a capacidade de estar ao lado desinteressadamente mesmo quando a única coisa que se pode fazer é estar ao lado. Manipuladores de máquinas, formos mordidos pelo vírus da onipotência que a tudo pretende fazer funcionar, e já não admitimos que há momentos na vida quando tudo o que podemos fazer é estar ao lado e ouvir: ”Eu sabia que você viria”. [...]

Chega de campanhas políticas, apelos institucionais, convocações para a “obra do Senhor”, atividades religiosas e frenesi expansionista. Já é hora de pagar o preço, qualquer que seja ele, de fazer parte de uma comunidade espiritual, e não de uma organização eclesiástica.


Já é hora de nos lembrarmos que “não sois máquinas, homens é que sois”, como profetizou a “pedra” chamada Chaplin [Lc 19.40]. Quero amigos. Amigos que voltem ao campo de batalha e arrisquem a vida por mim. Amigos que me tomem nos braços, ainda que seja quase tarde. E quero viver a altura de cada um deles.


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Atitude de um sábio



O abade Abraão soube que perto do mosteiro havia um sábio. Foi procura-lo e perguntou:
- Se hoje você encontrasse uma bela mulher na sua cama, conseguiria pensar que não era uma mulher?
 Não – respondeu o eremita – mas conseguiria me controlar.
O abade continuou:
- E se descobrisse moedas de ouro em seu caminho, conseguiria ver esse ouro como se fossem pedras.
 Não. Mas conseguiria me controlar para deixa-las onde estavam.
- E se você fosse procurado por dois irmãos, um que o odeia e outro que o ama. Conseguiria achar que os dois são iguais.
Com tranqüilidade ele respondeu.
 Mesmo sofrendo eu trataria o que me odeia da mesma maneira que trataria o que me ama.
Naquela noite, ao voltar para o mosteiro, o abade falou aos seus noviços:
- Vou lhes explicar o que é um sábio:
É aquele que, em vez de matar suas paixões, consegue controla-las.

-----------------------

Controlar ou resistir às paixões, aos desejos, às ambições não é fácil. É como um vício que se instala em você e te torna dependente. Para dominá-lo, você não pode, simplesmente, ignorá-lo ou negá-lo. Torna-se cada vez maior a pressão. Será como uma grande represa prestes a estourar.

Devemos, portanto, aprender como resistir.

O caminho de Deus para controlar as paixões é a graça disciplinada (R. Foster). É graça porque depende de Deus; é disciplinada porque tem algo que te cabe fazer. O contrário da graça não é esforço, é mérito. Disciplina não é castigo, é treinamento.

Assim, você deve enfrentar o inimigo interior junto com o Pai de amor (na graça do Filho e no poder do Espírito). Ele te acompanhará no processo e te ensinará a resistir: “Sujeitem-se, portanto, a Deus, resistam ao diabo e ele fugirá de vocês” (Tiago 4.7).

Saiba, também, que existem muitas maneiras de resistir ao mal. Busque a orientação específica para cada situação em oração, com ajuda de bons amigos e bons livros e através da meditação na Bíblia.

Tire, ainda, um tempo para autoanálise:
1.   Quais paixões te seduzem? (o prazer, o dinheiro e a necessidade de aceitação são as paixões prediletas do ser humano caído).
2.   Quais palavras te ofendem? (elas mostram onde estão tuas paixões)
3.   Quais situações te deixam indignado? (elas apontam para a negação de paixões secretas)

E não esqueça: a verdadeira sabedoria está em seguir a Jesus e fazer a sua vontade. Um discípulo amado será sempre um eterno aprendiz. Que assim seja!


“Não importa quantas vezes nós fracassamos, quem é fiel a Deus não fica no chão por muito tempo” – Provérbios 24.16; Bíblia Mensagem.


quarta-feira, 11 de maio de 2016

Jesus está voltando: plante uma árvore!


Jesus está voltando, então, plante uma árvore. Essa frase pode parecer tão engraçada quanto inesperada. Mas isso é porque, para muitos cristãos devotos, a segunda vinda é o momento em que o mundo, como o conhecemos, chega ao fim e Jesus leva seu próprio povo para o céu para viver ali com ele para sempre.
Se isso acontecerá, por que você plantaria uma árvore? Por que consertar um carro que está prestes a ser lançado do penhasco?
Entretanto, será esse o sentido da segunda vinda?
A questão de como você imagina o futuro final tem impacto claro e direto em como você compreende a missão da igreja hoje.
Se você imagina viver sob a teologia do “Deixados para trás” (a segunda vinda tem o sentido de resgatar o povo de Deus e levá-lo para outro lugar, enquanto esse mundo é destruído), o mundo presente será encarado como ruim. Então, sua missão será escapar desse mundo é permitir que o maior número de pessoas faça o mesmo. Por que se preocupar com a ecologia se tudo logo será destruído? Esse é o caminho que tem se aproximado demais do gnosticismo.
Se você ignora a segunda vinda como um ato de juízo e restauração, você tende a imaginar Deus aprimorando esse mundo até ele se tornar o lugar ideal que Deus intenciona. Então, sua missão será trabalhar em programas de melhoria social e cultural, incluindo o cuidado com o meio ambiente. Esse é o caminho iluminista da evolução pelo esforço humano.
Essas perspectivas, na verdade, podem ser encaradas como caricaturas. Temos de elaborar uma escatologia bíblica mais consistente e repensar nossa missão a partir disso.
Então, observe com atenção o extraordinário versículo de 1Coríntios 15.58: “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.”
À luz de todo o capítulo de 1Coríntios 15, o qual trata sobre a ressurreição corporal de Jesus e da humanidade nessa terra, podemos relacionar a missão à ressurreição.
A ressurreição significa que aquilo que você faz é importante para Deus.
A ressurreição do mundo maravilhoso de Deus, a Nova Criação, começou com a ressurreição de Jesus e continua misteriosamente à medida que o povo de Deus vive no Cristo ressurreto e no poder e de seu Espírito.
Isso significa que o que fazemos nele e pelo seu Espírito no presente não é desperdício. Durará e será aperfeiçoado no novo mundo de Deus.
Deus, portanto, chama a humanidade para viver nele e, pelo poder do seu Espírito, sermos as pessoas da nova criação aqui e agora, criando sinais e símbolos do seu reino na terra como no céu.
Isso não significa que somos chamados para construir o reino por nossos próprios esforços, nem mesmo com a ajuda do Espírito. Quando vier, o reino final será um dom gratuito de Deus, um grande ato de graça e nova criação. Entretanto, somos chamados para edificar esse reino.
Como artesãos que trabalham em uma grande catedral, cada um de nós recebeu instruções sobre como entalhar uma pedra específica ao longo da vida, sem saber nem sequer deduzir qual será o lugar que ela ocupará dentro do grande projeto. Mas, sabemos que não será em vão. Isso diz tudo.
Na nova criação, o antigo mantado humano para cuidar do jardim é reafirmado de forma drástica, a fim de nos tornar os seres plenamente humanos que deveríamos ser.
Então, o que estamos esperando? Jesus está voltando. Vamos plantar essas árvores.

VEJA MAIS NO ENCONTRO 2 DA JORNADA BÍBLICA. (acesso à esquerda do blog).