AVENIDA FARRAPOS, 2453, B. SÃO GERALDO, PORTO ALEGRE, RS
TELEFONE: (51) 3013-6440 ou 9544-6585

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A escola de oração


A escola que Israel e a Igreja recorreram para aprender a orar foram os Salmos. Junto com Isaías, esse foi o livro mais citado por Jesus e os apóstolos no Novo Testamento, inclusive como apoio de doutrinas centrais da fé cristã. Para os primeiros cristãos, a ordem era: “Enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos” (Ef 5.18-19). Então, como seus antepassados judeus, a igreja começou ouvindo a palavra de Deus nesses hinos. A partir deles, respondiam a Deus e, através de seus lamentos e louvores, expunham sua vida com intimidade e reverência.

Os primeiros cristãos, portanto, fizeram dos Salmos o fundamento da sua vida e do culto. Em sua percepção, desde o princípio, a Palavra de Deus vem em primeiro lugar. O ser humano é chamado a responder a Palavra de Deus, com todo seu ser. E a oração é a resposta à revelação de Deus nas Escrituras. Sendo assim, os Salmos são a escola onde os cristãos aprendem a orar, pois como E. Peterson diz, “é essa fusão de Deus nos falar (Bíblia) e nós falarmos a ele (oração) que o Espírito Santo usa para formar a vida de Cristo em nós”.

Vamos aprender a orar com os Salmos?

Fontehttp://www.teologiabrasileira.com.br - O uso dos Salmos na devoção cristã - Franklin Ferreira

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Lá vai a lama...


Moradores prostrados em chão, clamando a Deus pela vida no Rio Doce, que foi destruído pelo rompimento das barragens em Mariana-MG. "De pé somos fortes, mas de joelhos somos invencíveis!"

O "rio de lama" da Samarco, em Minas Gerais, vem no turbilhão de tantas outras tragédias nacionais que, ironicamente, se não forem tratadas com lucidez e bom senso, tenderão a morrer nas praias do Brasil.

Lamentamos profundamente a perda de vidas humanas, o enorme impacto social e a inimaginável destruição ambiental deflagrada por esse episódio de dimensões catastróficas.

O momento é de socorrer emergencialmente as populações ribeirinhas nas suas necessidades mais básicas. Milhares de voluntários têm sido mobilizados para essa tarefa. Não devemos limitar os esforços comuns para a mitigação do sofrimento de toda essa gente que hoje vive a dor da devastação do seu mundo.

É imprescindível, entretanto, uma investigação criteriosa desse crime socioambiental, para a punição rigorosa dos responsáveis. A mineração no Brasil é um assunto muito sério que merece aprofundamento no debate. Há muitos interesses em jogo e, como se constata no ocorrido, as vidas de populações inteiras não parecem ser o "capital" mais importante, o que é lamentável e inadmissível.

Apresentemos esta situação diante de Deus em oração e façamos o que está ao nosso alcance em favor das populações das cidades atingidas pela lama da morte. Temos conhecimento de igrejas e missões cristãs que estão tomando iniciativas para socorrer aquelas pessoas. Encorajamos irmãos e irmãs de todo o Brasil a que busquem maneiras de contribuir efetivamente com essas iniciativas.

Clamemos por justiça nas questões relativas à mineração nas terras brasileiras.

Brasil, 13 de novembro de 2015
Aliança Cristã Evangélica Brasileira

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

União mística com Cristo - parte 1


Eu creio, e agora?

Boa pergunta para quem se tornou (ou já é!) cristão. Qual o propósito de minha vida como membro da comunidade da Nova Aliança em Jesus?

Talvez, a resposta para essa pergunta seja muito simples: Agora, devo buscar a união mística (e misteriosa!) com o Cristo-Messias-Rei Jesus.

Teologicamente, essa expressão é muito discutida na perspectiva da salvação, da justificação do crente pela fé, da adoção do ser humano como filho de Deus, etc. Também, às vezes, ela é vista como uma experiência etérea, espiritual, a qual é obtida por meditação e contemplação.

Por mais importantes que sejam essas abordagens, é possível olhar para a união mística com Cristo como a de um casamento (lembrando Efésios 5). Não é possível estar casado sem considerar o cônjuge em tudo o que se faz. A pessoa não é mais só ela, mas é ela+cônjuge. Se viaja está presente, se dorme está presente, se conversa ou pratica esporte está presente... Ela é, assim, “um com o cônjuge”.

A relação sexual, por sua vez, marca a intimidade, o êxtase da união. Mas não é o único momento onde “se tornam um”, como diria o senso comum. A mística união também acontece no silêncio solidário, nas ações compartilhadas, no namoro cotidiano, na criação dos filhos, em ocasiões inusitadas, na saudade, no cuidado. Nesse sentido, é possível dizer que a união mística é uma união encarnada na realidade. Ela envolve o ser humano como um todo, não apenas os momentos de êxtase (embora eles sejam fundamentais). 

O "místico" da união, assim, não admite fragmentações acadêmicas. Não pode apenas ser entendido com uma experiência transcendente, o qual acontece em nível espiritual. Pelo contrário, a união mística exige a conexão de todas as nossas emoções, pensamentos, atitudes, corporeidades e transcendências com o Cristo.

Thomas Merton, um místico cristão contemporâneo, afirma no seu livro Na Liberdade da Solidão: “Vivemos como criaturas espirituais quando vivemos como homens que procuram a Deus. Para sermos espirituais, temos de permanecer homens. E, se isso não fosse evidenciado em toda parte na teologia, o Mistério da Encarnação seria disso, amplamente, uma prova. Por que Cristo se fez homem senão para salvar os homens, unindo-os misticamente a Deus por meio de sua santa Humanidade?”

Portanto, assim como todo casamento idôneo necessita ser vivido a partir dos dilemas de sua realidade (não como uma fantasia romântica idealista), a união com Cristo acontece dentro das lutas e contradições humanas e, com certeza, a partir delas. É um ato de fé. Mas, também, um difícil processo de aprendizado, o qual exigirá grande dedicação. O resultado vale a pena: é simplesmente a vida plena prometida por Jesus (João 10.10).


Mas, na prática, como é possível desenvolver a união mística com o Cristo?

Isso fica para o próximo texto, ok?

Pr. Vinicius